Para Ben-Shahar, felicidade é uma ciência

Professor de Harvard será um dos palestrantes do Congresso Internacional de Felicidade, em novembro, e também ministrará workshop sobre Psicologia Positiva em Curitiba

 

Na conceituada Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o curso mais popular não ensina medicina, nem direito – mas felicidade. Por ano, mais de mil alunos se inscrevem para assistir às aulas do professor Tal Ben-Shahar, que usa um ramo da psicologia para ajudar os estudantes na busca da realização pessoal.

Na primeira vez que ministrou o curso, em 2004, apenas oito pessoas se inscreveram. A fama cresceu ano após ano, e hoje Ben-Shahar é unanimidade em relação a temas ligados à felicidade e ao bem-estar. Assuntos aos quais ele começou a se dedicar justamente porque se sentia infeliz. “No meu segundo ano de estudante em Harvard, quando cursava ciência da computação, eu era bem-sucedido, tinha boas notas e tempo para atividades que me davam prazer, como jogar squash. Mesmo assim eu era infeliz. Para entender por que, mudei de área e fui cursar filosofia e psicologia. Meu objetivo era responder a duas perguntas: por que estou triste e como posso ficar feliz? Estudar isso me ajudou, e decidi compartilhar o que aprendi”, conta.

Ben-Shahar estará novamente no Brasil em novembro, após cinco anos, para palestrar na terceira edição do Congresso Internacional de Felicidade, em Curitiba. O principal evento de bem-estar, qualidade de vida e autoconhecimento do Brasil reunirá nos dias 3 e 4 de novembro no ExpoRenault do Parque Barigui grandes estudiosos brasileiros e estrangeiros para abordar a felicidade sob os pontos de vista científico, artístico, filosófico, educacional, profissional e espiritual.

Além da palestra no congresso, ele ministrará um workshop no dia 5 de novembro na Expo Unimed Curitiba (Universidade Positivo), no qual fornecerá conselhos da Psicologia Positiva e discutirá como transformar esse conselho de teoria em prática.

“É precisamente a expectativa de sermos perfeitamente felizes que nos faz ser menos felizes”

Equilíbrio – Na visão de Ben-Shahar, as pessoas hoje buscam por algo mais profundo do que dinheiro e poder, que por décadas, principalmente no sec. XX, tornaram-se sinônimo de ser bem-sucedido. “Sucesso não traz, necessariamente, felicidade. Ter dinheiro ou ser famoso nos faz ter faíscas de alegria. A definição de sucesso para as gerações mais novas mudou. No passado, sucesso era definido de maneira restrita, e as pessoas ficavam numa empresa até a aposentadoria. Agora, há uma ânsia por ter equilíbrio na vida pessoal e encontrar um propósito”.

Em sua aula, a primeira lição que ensina é: mais importante do que buscar incessantemente a felicidade é encontrar o equilíbrio. “Nós precisamos nos conceder a permissão de sermos seres humanos. Isso significa vivenciar emoções dolorosas, como raiva, tristeza e decepção. Temos dificuldade de aceitar que todo mundo sente essas emoções às vezes. É precisamente a expectativa de sermos perfeitamente felizes que nos faz ser menos felizes”.

Seis chaves para ser feliz

Com seu best-seller Being Happy, o professor mostra que felicidade é acima de tudo uma competência que também pode ser aprendida com técnica e prática. Alguns conselhos para chegarmos lá:

  1. Perdoe seus fracassos. E mais: festeje-os. “Assim como é inútil se queixar do efeito da gravidade sobre a Terra, é impossível tentar viver sem emoções negativas, já que fazem parte da vida e são tão naturais quanto a alegria, a felicidade e o bem-estar. Aceitando as emoções negativas, conseguiremos nos abrir para desfrutar a positividade e a alegria. Temos que nos dar o direito de ser humanos e perdoar nossas fraquezas.”

 

  1. Não veja as coisas boas como garantidas, mas seja grato por elas. “Sejam coisas grandes ou pequenas. Essa mania que temos de achar que as coisas são garantidas e sempre estarão aqui têm pouco de realista.”

 

  1. Pratique esporte. Para que isso funcione, não é preciso malhar numa academia até se cansar ou correr 10 quilômetros por dia. Basta praticar um exercício suave, como caminhar em passo rápido por 30 minutos diários, para que o cérebro secrete endorfinas, essas substâncias que nos fazem sentir mais felizes.

 

  1. Simplifique, no lazer e no trabalho. “Precisamos identificar o que é verdadeiramente importante e nos concentrar sobre isso. Quem tenta fazer demais acaba conseguindo realizar pouco, e por isso o melhor é se concentrar em algo e não tentar fazer tudo ao mesmo tempo.”

 

  1. Aprenda a meditar. O hábito combate o estresse e ajuda as pessoas a superar melhor as crises. “A meditação também é um momento conveniente para orientar nossos pensamentos para o lado positivo; embora não haja consenso de que o otimismo chegue a garantir o êxito, ele lhe trará um grato momento de paz.”

 

  1. Treine a resiliência. “Muitas vezes perdemos a percepção do fracasso como uma oportunidade, algo que está muito relacionado à resiliência, conceito que foi emprestado originalmente da física e engenharia, áreas nas quais descreve a capacidade de um material de recuperar sua forma original depois de submetido a uma pressão deformadora. Nas pessoas, a resiliência expressa a capacidade de um indivíduo de enfrentar circunstâncias adversas, condições de vida difíceis e situações potencialmente traumáticas, e recuperar-se, saindo delas fortalecido e com mais recursos”.

 

____________

S E R V I Ç O

III Congresso Internacional de Felicidade

 

Workshop com Tal Ben-Shahar

  • 5 de novembro – 19h
  • Expo Unimed Curitiba (Universidade Positivo)
  • O que as pessoas que são bem-sucedidas e felizes fazem? Quais são as características daqueles que prosperam pessoal e profissionalmente? Neste workshop, Tal Ben-Shahar fornecerá conselhos da Psicologia Positiva e discutirá como transformá-los em prática.
  • Inscrições: https://www.congressodefelicidade.com.br/inscricao-tal-ben-shahar (preços promocionais para congressistas e alunos da Universidade Positivo)