Cascavel recebe a Mostra Mia Cara de Cinema Giallo

Com entrada gratuita, a programação reúne dez filmes clássicos do cultuado movimento de cinema italiano das décadas de 1960 e 1970 

Promovida pelo Consulado Geral da Itália em Curitiba, com realização da Unicultura, a Mostra Mia Cara de Cinema Giallo chega a Cascavel com uma seleção de dez filmes icônicos do movimento cinematográfico italiano que lançou grandes diretores, produziu muitos filmes e influenciou o cinema mundial. 

Entre os dias 1º e 05 de abril, no Miniauditório II da Unioeste – Campus Cascavel, o evento em homenagem aos 150 anos da imigração italiana no Brasil reúne filmes de diretores como Mario Bava, Sergio Martino e Umberto Lenzi, entre outros, que criaram a mitologia do subgênero de suspense e terror que só poderia ter surgido na Itália da década de 1960. 

O curador Antonio Cava, explica que giallo em italiano significa amarelo e remete à cor da capa de uma série de romances policiais de grande apelo popular e publicadas em material barato com equivalente no termo de língua inglesa pulp fiction. 

Quando a geração de diretores italianos cujos filmes compõem a mostra levou o gênero ao cinema, o fez incorporar um tom mais violento, carregado de suspense e erotismo. 

As produções de baixo orçamento das produções tem características peculiares como a composição visual, a trilha sonora expressiva, a estetização da violência e o terror psicológico que criaram um estilo de cinema exclusivamente italiano. 

“O Giallo tornou-se uma versão mais sensual, colorida e pop do filme noir”, afirma Cava. Com o passar dos anos, as produções Giallo passaram a ser cultuadas e serviram de inspiração a muitos cineastas contemporâneos fãs do gênero como Quentin Tarantino, Guillermo Del Toro, Eli Roth e James Wan. 

Todas as sessões têm entrada franca. Os ingressos podem ser retirados na bilheteria 60 minutos antes da exibição presencial. 

Realização, apoios e patrocínios

Com patrocínio da Copel, Unioeste, Havan, Santa Maria, Helisul Aviação, Celepar e Sanepar. A realização do Mia Cara é feita pelo Consulado Geral da Itália em Curitiba, pela ONG Unicultura e pela Trento Edições, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura com apoio da ENIT, ITALOCAM – Câmara Ítalo Brasileira de Comércio e Indústria do Paraná, Sociedade Garibaldi, Sistema SESC Fecomércio Paço da Liberdade, Museu Oscar Niemeyer, Solar do Rosário, Comites Paraná e Santa Catarina, UFPR, Shopping Itália, Centro Cultural Dante Alighieri Curitiba, BRDE, Editora LT, Hospital Angelina Caron, Festval, Prefeitura Municipal de Curitiba, Fundação Cultural de Curitiba, Instituto Curitiba de Arte e Cultura – Icac e Cine Passeio.


SERVIÇO:

Mostra Mia Cara de Cinema Giallo
Data: de 01 a 05 de abril
Local: Unioeste – Campus Cascavel – Miniauditório II

PROGRAMAÇÃO

01/04 –  segunda-feira

8h – PREMONIÇÃO 

(Sette Note in Nero/The Psychic, 1977, 96 min.)

De Lucio Fulci. Com Jennifer O’Neill, Gabriele Ferzetti e Marc Porel.

Mulher acometida por estranhas visões encontra um esqueleto atrás da parede de sua sala. Perturbada, ela decide investigar o que aconteceu. Com ótima trilha de Fabio Frizzi, Fulci realiza um giallo muito bem construído e envolvente.

19h – CINCO BONECAS PARA A LUA DE AGOSTO 

(5 Bambole per la Luna d’Agosto, 1970, 81 min.)

De Mario Bava. Com Edwige Fenech, Ely Galleani, Maurice Poli, William Berger.

Um grupo de amigos é vítima de assassinatos misteriosos numa ilha paradisíaca. Inspirado livremente em “O Caso dos Dez Negrinhos”, de Agatha Christie, esse Giallo é uma das obras visualmente mais originais do mestre Mario Bava.

02/04 – terça-feira

8h – NO QUARTO ESCURO DE SATà

(Il Tuo Vizio è Una Stanza Chiusa e Solo io ne ho la Chiave, 1972, 97 min.)

De Sergio Martino. Com Edwige Fenech, Anita Strindberg e Luigi Pistilli.

Assassinatos misteriosos ocorrem num vilarejo lançando suspeitas sobre um escritor decadente e sua esposa. Adaptação livre do conto “O Gato Preto”, de Edgar Allan Poe, esse é mais um excelente Giallo de Sergio Martino (“Torso”).

19h – OS PASSOS 

(Le Orme, 1975, 96 min.)

De Luigi Bazzoni. Com Florinda Bolkan, Peter McEnery, Klaus Kinski.

Atormentada por estranhos sonhos de astronautas na lua, uma mulher visita uma cidade litorânea cujos moradores afirmam já conhecê-la. Essa fascinante mistura de Giallo e sci-fi traz uma ótima interpretação da brasileira Florinda Bolkan.

03/04 – quarta-feira

8h – UMA LAGARTIXA NUM CORPO DE MULHER 

(Una Lucertola com la Pelle di Donna, 1971, 103 min.)

De Lucio Fulci. Com Florinda Bolkan, Stanley Baker e Jean Sorel

Mulher é acusada de ter matado sua vizinha, após ter sonhado com o assassinato. Giallo psicodélico e onírico do mestre Lucio Fulci (O Segredo do Bosque dos Sonhos) com uma grande atuação da brasileira Florinda Bolkan. 

19h – O QUE VOCÊS FIZERAM COM SOLANGE? 

(Cosa Avete Fatto a Solange?, 1972, 106 min.)

De Massimo Dallamano. Com Fabio Testi, Cristina Galbó, Karin Baal

Várias moças são brutalmente assassinadas em uma escola feminina. Com uma ótima trilha de Ennio Morricone e a presença marcante do astro Fabio Testi (O Importante É Amar), este é um dos maiores clássicos do gênero.

04/04 – quinta-feira

8h – TORSO

(I Corpi Presentano Tracce di Violenza Carnale, 1973, 93 min.)

De Sergio Martino. Com Suzy Kendall, Tina Aumont e Luc Mewrenda. 

Um assassino mascarado mata jovens estudantes, espalhando o terror numa cidade do interior da Itália. Violento Giallo do versátil Sérgio Martino (Todas as Cores da Escuridão) que antecipou o slasher.

19h – A BREVE NOITE DAS BONECAS DE VIDRO 

(La Corta Notte delle Bambole di Vetro, 1971, 97 min.)

Em Praga, um jornalista americano investiga o desaparecimento repentino da namorada. Com trilha de Ennio Morricone e excelente elenco, essa pequena obra-prima é um giallo kafkiano que lembra De Olhos Bem Fechados. 

05/04 – sexta-feira

8h – SETE ORQUÍDEAS MANCHADAS DE SANGUE

 (“Sette orchidee macchiate di sangue”, 1972, 92 min.) 

De Umberto Lenzi. Com Antonio Sabato, Uschi Glas, Marina Malfatti.

Um misterioso assassino está matando jovens mulheres com violência, deixando sempre um adorno em formato de meia-lua junto aos cadáveres.

19h – OS CRIMES DO GATO PRETO

(Sette scialli di seta gialla, 1972, 99 min.)

De Sergio Pastore. Com Anthony Steffen, Sylva Koscina, Giovanna Lenzi.

Um pianista cego tenta descobrir quem é o responsável por uma série de assassinatos que tem um gato preto como isca. Eletrizante Giallo que contém todos os elementos clássicos do gênero e ainda traz a beleza de Sylva Koscina (“Julieta dos Espíritos”).