Aos 90, o Mazza representa

Mazza 2021

Decano do jornalismo paranaense completa noventa anos de vida, 72 deles dedicados ao ofício que exerce diariamente até hoje; confira entrevista em vídeo


“O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter.”

A famosa frase do Claudio Abramo infelizmente não cabe para todos os jornalistas, mas – ainda bem – existem inúmeros que a ela fazem jus, do cabo ao rabo de suas carreiras. Esse é o indubitável caso de Luiz Geraldo Mazza, decano do jornalismo paranaense, que completa 90 anos de vida nesta quarta-feira, 10 de fevereiro.

Uma vida quase que toda dedicada ao ofício – são 72 anos de carreira, o equivalente a 26.280 edições de jornal. Vivenciou guerras, ditaduras, protestos e tragédias, conviveu com governadores e prefeitos de todas as correntes políticas e filosóficas, viu presidentes serem eleitos e serem depostos. Desde sempre, com rara sobriedade para análise.

Desde 1948, colaborou com o Diário do Comércio (Paranaguá); Gazeta Esportiva, de Curitiba; Gazeta do Povo, (duas passagens); Diário da Tarde; O Estado do Paraná; Revista da Guaíra, de Curitiba; Diário do Paraná; Jornal Última Hora Paraná; TV Paraná (Canal 6); Revista Divisas; Jornal A Greve; Revista Forma; Revista Panorama; Revista Quatro Estações; Folha de Londrina; TV Paranaense (Canal 12, atual RPC); Revista Referência em Planejamento; Correio de Notícias; Jornal Indústria & Comércio; Revista Atenção; Revista Quem; Folha de São Paulo; Revista Memória de Curitiba Urbana, Rádio CBN (por quase 25 anos); Jornal Hora H; Jornal Quarto Poder e Revista Ideias.

Aos 90, o Mazza representa
Na redação, protegido contra as intempéries do jornalismo. [Arquivo pessoal]

O mais impressionante é ainda continuar na labuta diária, escrevendo para a Folha de Londrina – um dos poucos jornais impressos com alguma relevância que ainda existem no estado – e para a revista Ideias. No auge da imprensa, Mazza jamais imaginaria que Curitiba se transformaria numa cidade com 2 milhões de habitantes e quase sem nenhum jornal.

Sinal dos tempos: não estamos mais na Era de Gutemberg, e sim na Era de Zuckerberg – se isso é bom ou ruim, já é uma outra história. Muitos jornalistas da velha guarda (e até mesmo de gerações mais novas) sucumbiram a essa mudança drástica no mercado. Mas, para manter a atividade jornalística, até a isso o Mazza se adaptou: também leva suas análises para o facebook, em formato de vídeo.

Um senhor multimídia – graças à ajuda do neto que seguiu a carreira do avô.

Luiz Geraldo Mazza durante entrevista à Zelig. [Fotos Eduardo Aguiar]

Para celebrar a data, a Zelig recebeu o Mazza para uma entrevista bastante informal, registrada pelas lentes atentas da Luc 77. Sobre a história política e da comunicação paranaenses ele já disse de tudo, em milhares de textos e declarações. Então resolvemos botá-lo na fogueira; o jornalista em meio a acirrados duelos. Esquerda ou direita? Requião ou Jaime Lerner? Jornal ou rádio? Precisão ou estilo? Evangelino ou Petraglia? O pensamento rápido, a crítica elegante e sincera e a acidez refinada seguem lá, intactas, como no início da carreira. E encerra: “Não posso me imaginar longe dessa atividade “.

Aos noventa, o Mazza representa! Vida longa ao Mazza.

#PAPOMAZZA | Assista ao teaser da entrevista:

Uma coprodução Luc77/Zelig